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Cap. 8 - Bem-aventurados os que têm puro o coração

Acompanhe o estudo do evangelho segundo o Espiritismo através de um roteiro sistematizado de perguntas e respostas para cada item do capítulo.
Cap. 8 - Bem-aventurados os que têm puro o coração
Por Gilton Carlos 23/05/2024

Item 1. Bem-aventurados os que tem...
Pergunta: Que podemos entender da expressão "ver a Deus"?

Resposta: Maneira de explicar que para estar verdadeiramente com Deus somente quando na posição de puro espírito. Aqueles que ocupam a primeira ordem na escala espírita, que transformaram todo os sentimentos para o amor.

Item 2. Apresentaram-lhe, então, algumas...
Pergunta: Que sentimentos ou motivações podemos inferir no comportamento dos discípulos quando afastavam as pessoas que levavam as crianças a Jesus?

Resposta: Podem ter motivação nos impulsos do orgulho que pretende tudo ter para si antes dos outros, que impõe-se pela força para vencer o direito uma vez que, do contrário, seria forçado a ver que os menores, aqui representado pelas crianças, são na verdade seus iguais. Como isto diminuiria seu valor a seus próprios olhos, apressam-se em mostrar sua aparente grandeza. Jesus usa o símbolo da menor estatura e da ausência de malícia, para mostrar que, no plano espiritual, estes, os humildes, simples e puros, são os mais elevados.

Item 3. A pureza do coração é inseparável...
Pergunta: Sendo o Espírito encarnado normalmente imperfeito, por que Jesus, ainda assim, utiliza a criança como imagem da pureza?

Resposta: A infância tem o objetivo de marcar um recomeço para o espírito. Mesmo imperfeito, nos primeiros anos, pelo desenvolvimento físico, ainda não há livre manifestação do Espírito encarnado. É deste ponto de vista que é exata a comparação feita por Jesus.

Item 4. Pois que o Espírito da criança...
Pergunta: Em relação ao seu objeto evolutivo, qual a importância da fase da infância para o Espírito reencarnante?

Resposta: Nos primeiros anos, o corpo pouco desenvolvido limita a expansão das faculdades do espírito, bem como suas tendências de vidas anteriores. Estando livre de suas características, tem aptidão para recepção de novas impressões, exemplos, fazendo-o receber uma nova educação para o bem, por assim dizer. Relembrando a bondade de Deus, este processo dá ao espírito condições de novo aprendizado, facultando sua elevação moral. Quando, então, com o corpo desenvolvido, dar mostras de suas tendências más, principalmente, terá na educação assimilada na infância elementos para contrapor estes maus instintos.

Item 5. Aprendestes que foi dito aos antigos...
Pergunta: Qual a razão para Jesus classificar o mau pensamento como uma falta à lei de Deus.

Resposta: Até então, a mentalidade material considerava como fato apenas aquilo que impressionava os olhos. Jesus com essa afirmação mostra a conexão da vida material com a espiritual e que as leis são invariavelmente a mesma. Poderíamos afirmar, por analogia, que o impacto do pensamento na dimensão espiritual é tal qual a das mãos que age no mundo físico para causar o bem ou o mal.

Item 6. A palavra adultério não deve...
Pergunta: Em que sentido o termo adultério, normalmente entendido por infidelidade conjugal, pode ser aplicado também aos maus pensamentos?

Resposta: Para entender, devemos pensar na palavra fidelidade. Se o adultério configura um desrespeito ao compromisso matrimonial, é extendido aqui ao desprezo pela fidelidade às leis divinas. Quando faz essa colocação mostra que todos temos um compromisso natural com o bem e, desta forma, quando praticamos o mal, incluindo pelo pensamento, estamos sendo infiéis a bondade, premissa divina.

Item 7. Este princípio suscita naturalmente... 
Pergunta: Como os maus pensamentos podem ser úteis no melhoramento moral do espírito?

Resposta: A ocorrência de pensamentos maus dá a ele a consciência de suas imperfeições, inclinando-o à humildade. No entanto, é o que vem a seguir que define melhor a situação. Tais pensamentos denotam um espírito sem pureza. Mas, se este luta em si mesmo para combatê-los dá mostras de seu compromisso em progredir moralmente. Neste ponto de partida, podem eles ter utilidade. Do contrário, se o alimenta, sentindo prazer, se não se interessa por transformá-lo, indica que este Espírito ainda não quer se melhorar.

Item 8. Então os escribas e os fariseus...
Pergunta: Os escribas e fariseus haviam limitado a lei de Deus a atos exteriores, sob o pretexto de que isso era o bastante para fazer Sua vontade. Como a prática dos costumes e rituais pode levar a um distanciamento do verdadeiro sentido do mandamento divino?

Resposta: Sendo Espíritos encarnados em processo evolutivo, é natural que por nossa falta de longa visão, procuremos traduzir as coisas espirituais através de ações materiais. Os costumes religiosos tem, portanto, seu valor quando servem à disciplina, à fé, ao reconhecimento de Deus. No entanto, é essencial que os atos em si estejam sempre, no pensamento, ligado ao significado espiritual, ao objetivo. Do contrário acaba redundando em prática vazia. Este o conteúdo que foi combatido por Jesus quando apontou que a simples oferta no templo estava substituindo o mandamento de amor aos pais. Isto representa colocar entendimentos humanos acima das leis divinas.

Item 9. Enquanto ele falava, um fariseu...
Pergunta: Qual a intenção de Jesus ao comentar o pensamento do fariseu, seu anfitrião?

Resposta: Ainda aqui está reforçando o fato de que ao longo do tempo, por efeito de tradição exterior, os atos ritualísticos, como era o caso da pureza ao alimentar-se, tomaram importância maior do que a pureza moral, também presente nos ensinos de Moisés. Isto é, sendo mais fácil repetir atos por razões externas, sem a participação da consciência moral e da elevação dos sentimentos, estes foram substituindo, pouco a pouco, os atos sinceros de aproximação com Deus, através da caridade e da humildade, que exigem muito mais do Espírito.

Item 10. Os judeus haviam desprezados os...
Pergunta: Pode haver alguma utilidade na prática de rituais e costumes religiosos, chamados de práticas exteriores?

Resposta: Todas as iniciativas que tenham Deus como objetivo têm seu valor. Devemos considerar, no entanto, que quando estes atos não estão associados a uma crença positiva no bem, na fé em Deus, ou em um poder de autotransformação, resultarão em prática vazia. Desta forma, se o coração não toma parte alguma, não poderá resutar em algo proveitoso, sendo portanto sem alcance espiritual.

Item 11. Se algum escandalizar a um destes...
Pergunta: Jesus põe a razão do lado dos pequenos, isto é, dos puros de coração, dos humildes, dizendo que os que se lhes opõem, combatendo sua conduta humilde, guardam como um futuro de sofrimento. Por que?

Resposta: Tratar-se aqui da pura e simples harmonia com a lei divina. Nestes termos está ensinando quem está com o bem e quem se opõe a Deus, colocando os puros e humildes ao seu lado. Em suas palavras enérgicas, cada dia na encarnação, sendo um opositor da pureza e da humildade, representa maiores compromissos na dor para as próximas existências.

Item 12. No sentido vulgar, escândalo, se diz...
Pergunta: Qual a diferença do escândalo, como normalmente se entende para o que entendia Jesus?

Resposta: De nosso ponto de vista, o termo classifica normalmente atos que chocam a opinião popular. É uma repercussão negativa que, sendo conhecida e divulgada, parte do indivíduo para a sociedade. Jesus estende o significado e o alcance mostrando que tudo o que fazemos afeta os demais pela lei de solidariedade, sendo o ato conhecido ou não. Isto porque todos os nossos atos são regidos pelas leis divinas. Isto é, até mesmo os menores e ocultos pensamentos podem ter as mesmas consequências dos que os que geram grande comoção. Para muitos que aprendemos apenas pelos próprios erros, a vergonha do orgulho ferido pode ser útil quando novas resoluções sejam tomadas pelo Espírito visando sua transformação. Por isso diz ele que são necessários que venham os escândalos

Item 13. É preciso que haja escândalo...
Pergunta: Que sentido podemos tirar da expressão "é preciso", é uma determinação de Deus que passemos pelos escândalos?

Resposta: Aqui devemos olhar mais amplamente o alcance e o contexto das palavras. Ser preciso não deve ser entendido como uma obrigação, visto que assim estaria nos planos de Deus que praticássemos o mal. Mas, no sentido de que, por força da lei, os imperfeitos acabam necessariamente gerando alguns atos de imperfeição, até alcancem a purificação total. O sentido é de relação de causalidade, mas não de obrigatoriedade, uma vez que está na posse do individuo praticar o bem ou mal.

Item 14. É necessário que o escândalo...
Pergunta: Como o próprio mal, ou o escândalo, é usados por Deus para promoção do bem e da justiça?

Resposta: Para aquele que o pratica, as consequências dolorosas servem para indicá-lo um caminho para sua reforma. Para os que sofrem com eles, acabam tendo não somente a oportunidade de firmar-se no perdão, na paciência, na indulgência etc., como também de passar pelas dores, resgates naturais de erros passados. Assim tanto um quanto outro são alcançados de forma proveitoso pela bondade de Deus que quer todos os filhos aprendendo a amar.

Item 15. Sendo assim, dirão, o mal é...
Pergunta: Se o mal é usado para a promoção do bem, pode-se concluir que é sempre necessário?

Resposta: A sabedoria divina usa do mal para educar seus filhos, mas não é dependente dele. Ensinou Jesus os caminhos do amor para que nos privemos do sofrimento. A prática da caridade é o meio mais agradável de educar-se espiritualmente para o bem, segundo a máxima "o amor cobre a multidão de pecados". Assim é que aos que decidiram por reformar-se moralmente creditam-se um futuro cada vez melhor, até o ponto de terem o direito de habitar um mundo feliz. Aos que decidem permanecer no estágio inferior que estão, haverá sempre um local adequado para o aprendizado. Se não for neste mundo, será em outro, visto a bondade de Deus não abandonar nenhum dos seus.

Item 16. Mas, ai daquele por quem venha...
Pergunta: Se o mal é usado com utilidade na harmonia das leis de Deus, os que o praticam o exercem, então, com mérito?

Resposta: O mal será sempre o mal e suas consequências não poderão ser diferentes. O fato de ter sido usado por outro alguém em proveito evolutivo não exclui a infração a lei de amor e suas naturais consequências. O mérito está para aquele que resignou-se diante do escândalo, aproveitando a experiência para perdoar, ser paciente, reforçar sua fé, demonstrar sua humildade etc.

Item 17. Se vossa mão é causa de escândalo...
Pergunta: Que podemos tirar de lição quanto a necessidade de autoconhecimento nesta passagem?

Resposta: Nestas palavras também está o sentido da responsabilidade do Espírito por sua própria evolução. Nos chama à vigilância e ao autoconhecimento para que identifiquemos nossas fraquezas e, desta forma, possamos trabalha na direção de transformação pessoal. Por outro ponto de vista, compreendemos também que as faculdades e sentidos mal utilizados em uma vida são retiradas em existências seguintes, evitando novos escândalos.

Item 18. Disse o Cristo: deixai que venham...
Pergunta: Como o chamado de Jesus às criancinhas pode também ser entendido como um chamamento direcionado aos espíritos inferiores?

Resposta: As crianças foram usadas como poderoso símbolo de simplicidade, mas também designando a imagem dos que vivem a infância espiritual. Os espíritos inferiores nos caracterizamos pela ignorância da lei de amor, que ainda não foi de todo compreendida, nem assimilada. Aos que acabamos de iniciar a jornada espiritual, Jesus põe-se como guia a ser seguido, o modelo de amor a ser buscado.

Item 19. Deixai venham a mim as criancinhas...
Pergunta: Como o amor e a caridade podem ser o remédio que suaviza os males e cura as feridas?

Resposta: Todas as misérias físicas e morais que experimentamos decorrem de nossas faltam às leis naturais. Ensinam os Espíritos que nosso bem-estar é unicamente dependente de seguirmos as leis de Deus, sendo infelizes quando delas nos afastamos. O amor e a caridade, sua manifestação prática, são o meio de vivermos em harmonia com as leis de Deus, e portanto, a cura e profilaxia dos males que hoje experimentamos.

Item 20. Meus bons amigos, para que me...
Pergunta: A resposta de Vianney faz parecer que não curar a cegueira da mulher é uma caridade maior que devolver a ela a capacidade de enxergar. Como entender isso?

Resposta: O fundamento do plano reencarnatório é sempre em vista do aprendizado que o espírito pode tirar das experiências. É neste sentido que a conduta dele diante do chamado se justifica. Olhando sempre a vida espiritual e sua imortalidade, inferimos, julgou que alguns anos a mais sem a visão serviriam muito mais para aquele espírito do que o restante da encarnação enxergando plenamente. Lembremos que a condição da cegueira, neste caso, pode estar ligada ao mau uso desta faculdade em existência anterior, o que pode significar que o aprendizado não estaria completo ainda, ou que se fortaleceria ainda mais.

Item 21. NOTA. Quando uma aflição não é...
Pergunta: Que conclusões podemos tirar e qual conduta tomar ante aflições que parecem ter origem em vidas anteriores?

Resposta: Embora não tenhamos, pela bondade de Deus, acesso pela memória ao passado de nossos atos, o Espírita sincero deve entender que a justiça de Deus não se engana e, ainda, as condições que vivemos, e suas adversidades, guardam sempre relação direta com nossos erros e necessidade de reparação. Desta forma, o coração humilde aceita as condições de vida que tem, esforçando-se por melhorar sua condição, principalmente a intelectual e a moral, de modo a evitar para o futuro novas fases de sofrimento. Se o momento presente é resultado de atos passados, cumpre melhoremos o agora, granjeando um futuro cada vez melhor.