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O ponto de vista (ESE. Cap. 2, itens 5 a 7)

ITENS 5 a 7. O PONTO DE VISTA

Como já foi falado no item anterior, todo cristão acredita, ou tem uma fé na vida espiritual.

No entanto, dentre as inúmeras vertentes cristãs, a ideia de como é essa vida é vaga, falsa às vezes, imprecisa...

Para o Espírita, no entanto, mas também para aqueles que estudam a doutrina espírita, independentemente de sua religião declarada, este mundo até então nublado, torna-se claro visto em todos os seus horizontes.


A base indestrutível

A ideia clara e precisa que se tem desta vida espiritual é a que dá uma fé inabalável em nosso futuro. Com isso, o mais importante, as implicações deste conhecimento na vida particular. A isto Kardec chama moralização dos homens.

É a partir daí que os acontecimentos da vida, em todas as particularidades, felizes e inditosos, passam a ser vistos do ponto de vista da vida do Espírito que é muito mais largo, com alcance na eternidade, fazendo daquilo, um rápido instante comparado a imortalidade do Espírito. E isto vai nos inspirando pouco a pouco as virtudes da humildade e da gratidão, nos fortalecendo os conceitos de justiça e bondade divinas.


A base frágil

No entanto, esta mesma crença quando não repousa em bases firmes, ou seja, à menor dúvida da continuidade da existência, antes e depois da encarnação, torna o peso das situações amargas quase insuportável, ao mesmo tempo que para as ocorrências felizes como um entorpecimento de ilusão.

É assim que a existência em mundo onde, segundo Jesus, só teremos aflições, torna-se cada dia mais penosa, em que pese a vaidade ferida as injustiças recebidas, visto que o olhar não consegue se lançar além do momento, naquilo que Kardec compara com uma criança que não consegue ver nada além dos seus brinquedos.


E se todos se preocupassem só com a vida espiritual?

O que viria a acontecer se todos no mundo deixassem de liga importância a vida material? Será que o progresso e o bem-estar estariam ameaçados?

Os Espíritos respondem tranquilamente que não, posto que a busca de melhoria e bem-estar é semente posta por Deus em cada um de nós. Isto é, mesmo o menor tempo em um lugar qualquer o ser humano, o Espírito, busca as melhores condições para si ou passar o menor mal possível.

Trata-se, neste item de priorizar a vida do Espírito em detrimento das ocorrências da vida material. Ou segundo as palavras de Jesus, buscar primeiro as coisas celestiais e as outras serão todas acrescentadas.

Este sentimento dado por Deus é aquele que nos leva a progredir e a contribuir para o progresso geral da humanidade e do planeta, seguindo os instintos do progresso e da conservação.

É esta forma que com facilidade conseguimos nos consolar e confortar e superar com maior rapidez aos infortúnios que nos chegam incessantemente.



A balança Espiritual-Material

Este olhar para a vida espiritual, mesmo na encarnação, nos permite entender que neste sentido, Deus não condena o usufruto e as coisas materiais, visto ser esta também sua criação. No entanto, na carreira de aprendizado da alma, o abuso é que deve ser avaliado em tudo aquilo que nos é concedido por Deus.

Como exemplifica Kardec, as contrariedades da vida são como a de um rico que perde sem se perturbar uma pequena soma de seu dinheiro. Ao passo que quem põe suas esperanças na vida material assemelha-se a um pobre que perde tudo que tem, caindo em desespero por isso.


A contribuição do Espiritismo

A Doutrina Espírita vem, então, nos oferecer esta visão do invisível. Aquilo que antes era vago e nublado, torna-se nítido e distendido ao infinito das possibilidades.

O conhecimento do mundo espiritual e as leis que o regem e sua relação com o mundo físico são a oferta caridosa de Jesus a todos nós que ainda duvidamos.

E assim, vendo a ligação entre uma e outra, as consequências e antecedentes, podemos fazer nossas escolhas conscienciosamente. Nesta nova era da religião racional, todos encontramos uma base lógica para a fraternidade universal.

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